quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

VIAGENS NA MINHA TERRA (ALMEIDA GARRETT)

Hoje, foi engraçado falando de vestidos, bobeiras e tralálá.Decidi que não iria postar nada, ai conversando com minha sogra vi que estavam procurando um filme de Almeida Garrett, então me deu um estalo, vou postar sobre ele hoje. O texto escolhido foi " Viagens na minha Terra".

Farei uma leve citação sobre o Autor:


Almeida Garret

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett (1799-1854) foi o introdutor do Romantismo em Portugal. Foi educado nos Açores, já que sua família fugiu para lá pela ocasião da invasão de Portugal por Napoleão. Ao publicar Camões, em 1825, Garrett deu início ao Romantismo em Portugal. Sua obra foi extensa, mas entre seus méritos incluem-se o resgate do teatro português, com seus grandes autores como Gil Vicente, uma renovação da poesia e incursões na prosa.


Viagens na minha Terra 


Foi publicada em 1846, foi um exemplo magistral do talento de Almeida Garrett, este livro condensa vários estilos literários e um dos retratos mais realistas do Portugal do século XIX. Narrativa de viagens, manifestos políticos, crônicas jornalísticas, romance, tudo cabe dentro nestas páginas.
A “história” começa com a partida de Lisboa de um sujeito-narrador (identificado como Almeida Garrett) rumo a Santarém, para uns dias de descanso na casa de seu amigo Passos Manuel. A partir daqui, e com descrições esplendorosas de certas áreas de Lisboa que hoje já não se descobrem, o narrador segue o seu trajeto… de barco, de charrete e até as costas de um simpático burrico. Enquanto viaja, também a sua mente vagueia pelo passado, pelo presente e pelo futuro. São estas as outras “Viagens” que o titulo aponta: um olhar sobre o Portugal de oitocentos, sobre a sociedade nacional, sobre a política corrupta, sobre o desencanto final do liberalismo. Entre as observações surge um paradoxo inesquecível: os “frades” e os “barões”, quais Sancho Pança e Dom Quixote lusitanos, que, entre si, tomam as rédeas do país e incutem o progresso. Os “frades” representam o conservadorismo, a tradição, os velhos e inquebráveis costumes. Os “barões” são os acomodados, os antigos lutadores que, abdicando dos seus ideais, se entregam ao vício, ao diletantismo e a preguiça da demagogia. Um sem o outro não existem, um sem o outro não fazem o país caminhar.
Mas há muito mais nas páginas de “Viagens na Minha Terra”. Para a posteridade, e porque o Romantismo “exigia” uma história de amor desafortunada para ilustrar o arrebatamento e conseqüentes perigos da paixão, temos o romance entre Carlos e Joaninha. Com os seus olhos verdes (aos quais é dedicada uma página de louvores), ela representa a pureza da vida campestre, limpa da corrupção citadina, impoluta na sua mente ingênua. Ele é o símbolo heróico das lutas liberais, do combate de palavras e d armas que marcou a geração de Garrett. Carlos foi criado com Joaninha, sua prima, no Vale de Santarém, mas procura longe algo que sentia faltar-lhe. Entre romances falhados e lutas variadas vê-se retornado ao local de onde partira. Vê-se rendido aos encantos da sua bucólica parente e, perante a sujidade que a vida das grandes cidades já lhe entranhara na alma, renuncia ao seu amor. Nas alas deste desenrolar trágico surgem-nos a figura da avó Francisca (cega, sofrida, carente) e de Frei Dinis (carregado de remorso).
Ficam-nos estas “Viagens” que, fisicamente, foi breve (Lisboa – Santarém; Santarém – Lisboa), mas que atravessou toda a alma de um país que ainda se descobre entrelinhas.


Tenho aqui os links para download dos livros 

ZIP                      PDF


E o filme dividido em 5 partes


Parte 3: MegauploadEasyshare
Parte 5: MegauploadEasyshare

Divirtam-se ....

Um comentário:

  1. Olá minha irmazinha querida!

    Fico contente que tenha resolvido ingressar no mundo do blog, agora podemos compartilhar mais palavras, e o mundo um do outro do que nós nos dispomos em nosso cotidiano corrido atraves de orkut e msn.
    Mai por minha culpa, eu sei, porem, sinto que por que fica mais facil de mantermos contato, pois, quando um ou outro postar, comenta no blog do outro, e fica assim mais "perto" podemos dizer.

    Almeida Garret...

    Não sou muito de livros, por isso digo que não conhecia muito que não por nome, mais gostei da narrativa sobre a vida dele, e esse conto que mencionou.

    É interessante a maneira critica como ele desenvolve as ideias pelo que colocou, ao mesmo tempo que desenvolve um cenário bonito, cheio de sentimentos e acolhedor.

    Uma hora dessas, se tiver tempo, seria interessante ler este conto.

    Maninha, fica um grande abraço para você, e no que puder, deixe me um comentário, que isso me deixara bem contente.

    Um grande abraço

    Wendel

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